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Deficientes consideram que escola ideal é a que inclui, mas ressaltam que auditivos e visuais precisam de atenção especial

A escolha da escola para crianças e adolescentes é sempre uma decisão de família. Mas no caso das pessoas com deficiência, quem deveria escolher a escola para o adolescente seria a própria pessoa. Essa é a opinião de 51% dos entrevistados numa pesquisa feita entre outubro e novembro. A família vem em segundo lugar, com 37% das preferências sendo que apenas 12% acham que o governo deveria escolher a escola para os adolescentes com deficiência.

A pesquisa foi feita pelo DataSenado com base no banco de cadastros de pessoas com deficiência do IBDD em todo o Brasil. Esse é o primeiro grande levantamento já feito no país diretamente com as pessoas com deficiência para formar o mais completo painel sobre as condições de vida das pessoas com deficiência. Mercado de trabalho, saúde, educação, transporte, habitação e lazer são alguns dos temas abordados.

Nas últimas semanas, este Informativo tem destacado alguns destes assuntos, entre eles o desrespeito aos direitos da pessoa com deficiência, ou a falta acessibilidade nos prédios públicos e estabelecimentos comerciais. Nesta semana, tratamos da inclusão na escola.

A pesquisa do DataSenado traz um dado revelador: para 69% dos entrevistados, se pudessem escolher onde estudar, escolheriam frequentar a classe comum em escola regular. Entre os deficientes físicos essa escolha é a preferida por 77%, para os deficientes auditivos ela cai para 58% e para os deficientes visuais para 54%.

A escola especial vem em segundo lugar na escolha das pessoas com deficiência (16%). Essa preferência é mais intensa entre os deficientes visuais (25%), seguidos pelos deficientes auditivos (20%) e físicos (12%). A escolha da classe especial em escola regular ficou em terceiro lugar na preferência das pessoas com deficiência (12%).

Para 38% dos entrevistados, o que mais prejudica o aluno com deficiência é a falta de capacitação dos professores. Os que mais reclamam da falta de preparo dos professores são os deficientes auditivos (48%), seguidos pelos visuais (38%) e pelos físicos (34%). As instalações físicas não adaptadas ficaram em segundo lugar (33%) entre as opiniões sobre o que mais prejudica o aluno com deficiência. O relacionamento difícil com os colegas também foi lembrado por 16% dos entrevistados, seguido pelo material de ensino inadequado (7%) e a dificuldade de matrícula (6%).

A pesquisa do DataSenado traz uma importante contribuição para a discussão que se trava hoje entre pedagogos, professores, famílias e pessoas do movimento de luta pelos direitos dos deficientes sobre a melhor escola. Uma conclusão que a pesquisa revela é que a escola ideal é a que proporciona a inclusão do aluno, e que pessoas com deficiência auditiva e visual precisam de atenção especial.


 
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